Segundo dados do Worldwide Quarterly Mobile Phone Tracker, relatório produzido pela consultoria IDC para monitorar a venda de smartphones, o setor continuou em queda durante o 1º trimestre de 2019. No total, foram 310,8 milhões de unidades vendidas no período em todo o mundo, 6,6% a menos do que no mesmo período em 2018, o sexto trimestre consecutivo de declínio. Ano passado, a diminuição havia sido de 4,1% sobre 2017 e os resultados do 1º trimestre deste ano mostram que 2019 provavelmente vai seguir o mesmo caminho. O país que teve o pior desempenho foi os EUA, com 15% de diminuição na comparação ano-a-ano. O motivo principal para a contínua queda no setor é o fato de que as pessoas estão ficando cada vez mais tempo com seus aparelhos, já que os novos modelos não oferecem benefícios suficientes para estimular uma troca. A perspectiva da tecnologia 5G também pode estar fazendo com que os clientes esperem um pouco mais para investir em novos dispositivos.
Entre as seis maiores fabricantes, apenas Huawei e vivo tiveram um bom trimestre. Para a primeira, aliás, foi ótimo. A companhia chinesa teve um incrível crescimento de 50,3% em relação ao mesmo período em 2018, com 59,1 milhões de unidades vendidas. Tais números foram suficientes para não só consolidar a empresa como a segunda maior em market share no mundo, como para aproximá-la de vez da Samsung, a líder. De acordo com o relatório, a Samsung agora tem 23,1% do mercado contra 19% da Huawei. Ano passado, as fatias eram 23,5% e 11,8% respectivamente. Segundo executivos da companhia, o objetivo é tomar a liderança até o final do ano e, no ritmo que as coisas estão acontecendo, é bem capaz disto realmente acontecer. A vivo, outra fabricante do país, cresceu 24% e empatou com a OPPO, sua conterrânea, na quinta posição em market share.
Vale destacar ainda o péssimo desempenho da Apple, que teve um declínio de 30,2% nas vendas de iPhones, de longe sua maior fonte de receita. Sua fatia do mercado caiu de 15,7% para 11,7%. Não à toa, o foco do CEO Tim Cook tem sido o setor de serviços – escrevi sobre isto recentemente -, que apresentou receitas de US$11,45 bilhões no 1º trimestre de 2019 (2º trimestre fiscal, de acordo com a apuração da empresa) e agora representa 20% do faturamento total da companhia.
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