top of page
  • feliperibbe

Cientistas criam laser que rastreia e destrói células cancerosas

Cientistas da University of Arkansas for Medical Sciences desenvolveram uma ferramenta que, pelo menos nos primeiros testes, foi capaz de detectar células cancerosas e destruí-las utilizando feixes de laser. O alvo do estudo, publicado na revista Science Translational Medicine, foram as chamadas CTCs, células que se desprendem de tumores primários e viajam pela corrente sanguínea, se agrupando em outros locais do corpo e formando novos tumores, em um fenômeno conhecido como metástase, o maior responsável por mortes provocadas por câncer. Somente rastrear estas CTCs já seria de grande valia, já que, atualmente, existe somente um equipamento aprovado pela FDA (agência reguladora americana), o CellSearch, que é do tamanho de um fogão. Ele, no entanto, requer que sejam tiradas amostras de sangue do paciente para análise e, por conta disso, só consegue mostrar aproximadamente onde tais células devem estar no corpo. O dispositivo criado no Arkansas consegue examinar cerca de um litro de sangue em uma hora em tempo real, sem precisar tirá-lo do corpo.


O sistema foi testado em pacientes com melanoma, o câncer de pele. O laser é irradiado por uma veia e envia energia para a corrente sanguínea, gerando calor. As CTCs do melanoma absorvem mais esta energia do que as células normais; desta forma, elas se aquecem mais rapidamente e se expandem. Essa expansão térmica produz ondas sonoras - o efeito fotoacústico - e pode ser registrada por um pequeno transdutor de ultrassom colocado sobre a pele, próximo ao laser. Isto indica quando um CTC está passando na corrente sanguínea. O mesmo laser também pode ser usado para destruir estes CTCs em tempo real. O calor do laser faz com que bolhas de vapor se formem nas células do tumor; as bolhas se expandem e colapsam, interagindo com a célula e destruindo-as.


De acordo com o estudo, o sistema foi capaz de detectar as células cancerosas em 27 dos 28 pacientes participantes. Como os testes tinham como objetivo apenas detectar as CTCs, a energia utilizada pelos lasers foi baixa. Mesmo assim, em seis dos pacientes houve um alto percentual de destruição das células, sendo que, em um deles, 96% das que foram detectadas foram aniquiladas. Os cientistas acreditam que, ao aumentar a energia, este percentual aumente. O próximo passo será realizar testes com amostras maiores de pessoas e combinar o sistema com métodos tradicionais de combate ao câncer para entender os efeitos na metástase.


Comments


bottom of page