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UBS prevê foguetes substituindo aviões em viagens de longa duração

O que é? O banco suíço UBS publicou um relatório no qual aposta que, por volta de 2030, foguetes reutilizáveis, construídos a princípio para levar astronautas ao espaço, poderão substituir aviões em viagens de longa distância dentro da Terra, tomando parte do market share de companhias aéreas. O UBS vai além e afirma que este mercado pode movimentar US$20 bilhões no início da década de 2030. O relatório aponta que viagens de avião com mais de 10 horas de duração podem sofrer grande concorrência de viagens com foguetes, pelo simples fato de que estas seriam bem mais rápidas. Para isso, os analistas usaram como base os planos da SpaceX de usar o Starship - sua mega espaçonave desenvolvida com o objetivo final de levar humanos para Marte – para voos comerciais na Terra. Com capacidade para até 100 passageiros, a empresa de Elon Musk afirma que conseguiria fazer o trajeto entre Nova York e Xangai, por exemplo, em apenas 39 minutos (atualmente são 15 horas). Para chegar ao número bilionário, o UBS fez o seguinte cálculo: em 2018, foram 527 mil voos com mais de 10 horas de duração em todo o planeta, carregando, em média, 309 pessoas por avião; o banco assumiu que, se 5% desses voos fossem realizados por foguetes a uma passagem com valor de US$2.500, os US$20 bilhões seriam alcançados. Mesmo que as espaçonaves não tenham capacidade para transportar mais de 300 pessoas, o fato delas conseguirem realizar os trajetos de forma bem mais rápida faria com houvesse um número maior de voos, o que acabaria compensando. O UBS foi além e chegou a afirmar que a previsão é conservadora (abaixo você vê uma tabela produzida pelo banco, com projeções mais pessimistas e otimistas). Como justificativa, usou uma pesquisa feita por ele mesmo, onde 10% dos respondentes disseram que trocariam voos em aviões por foguetes.

Por que é importante? A indústria espacial está crescendo consideravelmente a cada ano, impulsionada pela entrada de diversas empresas privadas e investidores interessados no alto potencial financeiro da mesma. Se hoje ela está avaliada em US$400 bilhões, o UBS estima que este número vai chegar a US$805 bilhões em 2030. Com tanto dinheiro envolvido, a tecnologia vai evoluir e baratear, tornando o turismo espacial e voos de foguetes entre cidades mais viáveis. O turismo espacial - apesar de ter um potencial menor, de cerca de US$3 bilhões em 2030, segundo o relatório – está bem mais próximo da realidade. Mês passado a Virgin Galactic enviou a primeira passageira teste, Beth Moses, em um voo suborbital a bordo da VSS Unity, e pretende iniciar voos comerciais ainda este ano, a um preço estimado de US$250 mil por pessoa. A Blue Origin, de Jeff Bezos, também quer levar turistas para uma voltinha no espaço em 2019. E a SpaceX anunciou ano passado o primeiro passageiro de um voo para a órbita lunar, que deve acontecer em 2023.


E agora? Resta-nos esperar para saber se a previsão da UBS está correta ou se vai errar redondamente. Enquanto isso, vale a pena conferir o vídeo lançado pela SpaceX, onde ela mostra sua visão de viagens dentro da Terra utilizando foguetes.


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