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Uber quer lançar bicicletas e patinetes autônomos

O que é? O Uber está contratando para um novo projeto – o Micromobility Robotics -, no qual pretende desenvolver bicicletas e patinetes elétricos que sejam autônomos. Apesar da startup não confirmar nem desmentir oficialmente, a informação foi divulgada durante um evento de robótica em São Francisco no último final de semana e um formulário para inscrição de interessados no vaga, inclusive, está online. O projeto ficará sob o guarda-chuva da JUMP, a unidade do Uber responsável pelo serviço de compartilhamento de bikes e patinetes. Os motivos para se desenvolver veículos de curta distância autônomos são claros: eles poderiam se dirigir sozinhos para locais onde podem ser carregados quando a bateria estiver acabando ou centros de manutenção, caso haja algum problema; e também poderiam se deslocar para lugares onde há demanda alta de veículos e pouca oferta. Será mais uma tentativa das empresas de micromobilidade de melhorarem suas operações. A própria JUMP, ano passado, anunciou novos modelos de patinete com baterias trocáveis.


Por que é importante? As companhias de compartilhamento de bicicletas e patinetes se tornaram grandes fenômenos mundiais em 2018, algumas delas atingindo valuation de bilhões de dólares em pouco tempo de vida – escrevi sobre isto no Renova Inova em junho do ano passado. Porém, apesar da empolgação dos investidores, o modelo de negócios destas startups gera altos custos operacionais, em função da dificuldade de logística e manutenção dos veículos. Atualmente, toda esta operação é feita por humanos, sejam contratados das empresas ou trabalhadores independentes, que, por exemplo, rodam pelas cidades recolhendo patinetes e bikes para serem recarregados ou consertados e depois os colocam novamente nas ruas. Documentos obtidos pelo site The Information mostraram que a Bird, a mais valiosa das startups do segmento, gasta quase metade da sua receita por corrida apenas pagando as pessoas que recarregam os veículos e outros 14% desta mesma receita com manutenção dos mesmos. Ou seja, “eliminar” ou ao menos diminuir o número de humanos na operação seria de grande valia financeiramente para qualquer uma das companhias.


E agora? Veículos autônomos de todos os tipos são um dos assuntos mais comentados no universo da tecnologia atualmente, mas, apesar da promessa, por enquanto apenas algumas iniciativas em pequena escala saíram do papel. A Waymo, tida como a líder em carros autônomos, lançou o primeiro serviço comercial utilizando-os em dezembro último na cidade de Phoenix, no Arizona, mas o mesmo ainda é bem restrito, tanto no número de pessoas aptas a usa-lo, quanto na área de atendimento. Há uma grande preocupação da indústria com a segurança desses veículos, por isso as primeiras aplicações estão sendo em ambientes controlados (como escrevi aqui recentemente) ou com pequenos robôs que entregam mercadorias. O próprio Uber foi protagonista do que foi talvez o maior revés do setor de carros autônomos até hoje, quando um dos seus matou uma mulher que tentava atravessar a rua em março de 2018. No entanto, como bicicletas e patinetes são veículos bem menores e menos pesados, o risco também é igualmente menor. Os desafios não. Manter meios de transporte com duas rodas de pé sozinhos é uma das complicações, além do fato de que eles teriam que transitar por ruas ou calçadas, desviando de carros, pedestres e outros. Entretanto, o maior problema reside no custo. Sistemas de automação de veículos são caros, pois requerem sensores, câmeras e LIDAR, um equipamento especial que dispara raios laser ao seu redor para desenhar um mapa 3D do ambiente e que custa milhares de dólares. Mesmo que o LIDAR não seja necessário neste caso, o custo ainda seria bem alto para aplicação e manutenção em toda a frota. Mas, como o projeto está apenas no início e a tendência de todas as tecnologias é diminuir o custo com o tempo, é capaz de que, quando o Micromobility Robotics estiver pronto para apresentar seus produtos, os valores envolvidos nos mesmos sejam viáveis financeiramente para uma operação sustentável.


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