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Semana Renova Inova: 20/10 a 26/10

Ranking de Competitividade: um olhar sobre o pilar de inovação


Na última semana, o Fórum Econômico Mundial lançou seu relatório anual de competitividade. No geral, o Brasil ficou em 72º entre 140 países. Porém, neste artigo o foco é exclusivamente em um dos 12 pilares que compõem o ranking: capacidade de inovação. Neste, ficamos na 40ª posição, melhor país da América Latina e Caribe. Entretanto, ainda temos muito a evoluir. Leia mais.



Tratamentos personalizados podem ser o futuro da medicina


O que é? Mila Makovec é uma menina de 6 anos que sofre de uma doença genética rara, a Doença de Batten, que causa danos cerebrais e é fatal. Até os 2 anos e meio era uma criança normal, mas aos poucos foi ficando cega, perdeu a capacidade de falar e passou a ter cerca de 30 crises de epilepsia diárias. Porém, um tratamento inédito e personalizado foi desenvolvido por médicos do Hospital das Crianças de Boston e Mila parece estar melhor. Continua sem enxergar e sem falar, mas os ataques epiléticos diminuíram consideravelmente, ela consegue se sentar, seus braços e pernas não estão mais contraídos e, principalmente, presta atenção quando conversam com ela - até ri em algumas situações. O tratamento é inovador não só por ter sido feito especificamente para Mila, mas pelo fato de ter levado pouco mais de um ano entre o diagnóstico e o início do mesmo. Ele consiste de um medicamento que consegue alterar a forma que o gene causador da doença se expressa e é injetado na espinha a cada três meses.


Por que é importante? Esta natureza personalizada parece ser uma tendência na medicina, a medicina da precisão. Em tratamento de câncer com células imunológicas, por exemplo, cada paciente tem suas próprias células do tipo retiradas do corpo; estas células passam por um processo de engenharia genética e depois são reinseridas para combater a doença. Avanços em tecnologias de edição genética irão cada vez mais permitir que outras enfermidades sejam tratadas desta maneira. O caso de Mila é apenas mais um desses.


E agora? O Dr. Tymothy Yu, neurologista que liderou os esforços para que o tratamento fosse viabilizado, deixou claro que ainda é preciso tempo para entender como Mila irá progredir nos próximos meses. Afinal, ela começou a ser medicada em janeiro deste ano. Há também um outro obstáculo para a medicina da precisão: o alto custo. Apesar dos valores envolvidos neste caso específico não terem sido divulgados, estima-se que sejam muito altos. A fundação criada pelos pais de Mila para levantar fundos para o tratamento conseguiu arrecadar US$3 milhões. De qualquer maneira, é uma esperança de uma vida melhor para uma criança que um dia fora ativa e para outras milhões de pessoas que sofrem de doenças genéticas raras ao redor do mundo.




Perfumes criados por inteligência artificial serão vendidos no Brasil em 2019


O que é? A IBM e a Symrise, uma das maiores produtoras de fragrâncias do mundo, se juntaram para desenvolver um algoritmo de inteligência artificial especializado em criar perfumes. Chamado de Philyra – em homenagem à deusa grega do perfume -, o algoritmo analisa milhares de ingredientes, fórmulas e dados de consumidores para encontrar padrões, testar combinações e chegar a novas fragrâncias. Duas delas serão comercializadas pelo Boticário, grande rede de cosméticos e perfumes do Brasil, em 2019. As fórmulas desenvolvidas pelo Philyra foram ligeiramente modificadas por um especialista para conseguirem enfatizar uma das notas do aroma e para que permanecessem mais tempo na pele.


Por que é importante? O uso de inteligência artificial tem sido cada vez comum em diversas áreas, como medicina, finanças, direito e até artes. Então é natural que em um setor como o de fragrâncias, no qual novas fórmulas estão sempre sendo testadas, ela também fosse utilizada, já que combinar milhares de ingredientes em busca de um novo produto manualmente não é um processo dos mais simples. Dessa maneira, os algoritmos têm o potencial de chegar a combinações até então inimagináveis, não só em perfumes, como em outros cosméticos, sabores e materiais.


E agora? A Symrise deixou claro que a ideia com o Philyra não é substituir humanos e sim ajuda-los em seu trabalho, aumentando a eficiência e a velocidade com que as fragrâncias são desenvolvidas. Vamos aguardar para ver esta novidade por aqui no ano que vem.




Uber quer ser 100% elétrico em Londres em 2025


O que é? O Uber anunciou que pretende levantar £200 milhões para fazer com que toda sua frota seja 100% elétrica até 2025 em Londres. Para isso, a empresa começará a cobrar dos seus clientes 15 centavos de libra por cada milha percorrida na cidade. Este dinheiro será usado para ampliar os pontos de carregamento de baterias e, principalmente, ajudar os motoristas do aplicativo a trocarem seus veículos por modelos elétricos. Segundo comunicado, um motorista que trabalhe 40 horas semanais deve receber, em dois anos, £3.000 em ajuda e, em três anos, £4.500. O Uber pretende que 20 mil dos seus motoristas estejam com carros elétricos já em 2021. Atualmente são cerca de 45 mil deles na capital do Reino Unido.


Por que é importante? As iniciativas para diminuir o número de veículos movidos a combustíveis fósseis nas ruas estão crescendo em várias partes do mundo em função das trágicas consequências que as mudanças climáticas estão provocando no planeta. Porém, o Reino Unido tem tido uma posição mais dura em relação ao problema. Recentemente uma Lei que vai proibir a venda de veículos à combustão a partir de 2040 foi aprovada – e alguns legisladores querem antecipar a proibição já para 2032. Além disso, a partir de abril de 2019, a prefeitura de Londres irá cobrar uma taxa diária de £12,50 de todos os motoristas que usarem carros a gasolina e diesel em algumas áreas da cidade.


E agora? O interesse do Uber, além de contribuir para o meio ambiente, também é se adequar às leis da cidade, onde costumeiramente enfrenta problemas com os reguladores. Porém, mesmo assim, não dá para não elogiar a atitude da empresa. Além do incentivo para carros elétricos em sua frota, a startup começou a disponibilizar em seu aplicativo bicicletas e patinetes como alternativas de transporte aos seus clientes em várias outras cidades do mundo.




Quadro criado por inteligência artificial é leiloado por US$432.500


O que é? O quadro “Edmond de Belamy” entrou para história esta semana como o primeiro criado por um algoritmo de inteligência artificial a ser leiloado por uma grande casa de artes. Aconteceu na filial da Christie’s, em Nova York. E o resultado do leilão foi muito além do esperado: o quadro foi arrematado por US$432.500 - bem acima do valor projetado entre US$7 mil e US$10 mil - por um lance anônimo feito pelo telefone. A empresa francesa Obvious foi a responsável pelo desenvolvimento do algoritmo.


Por que é importante? O mundo das artes sempre foi visto como muito difícil de “sofrer” com a disrupção da inteligência artificial, mas parece que isto não é mais uma realidade. Além de quadros, poemas, romances e músicas já foram criadas usando a tecnologia. A técnica utilizada para gerar o “Edmond de Belamy” chama-se GAN – generative adversarial network (rede geradora adversária, em português), que, basicamente, coloca duas redes neurais para trabalhar, uma gerando imagens e outra medindo se estas estão próximas dos padrões de uma base de dados existente. Expliquei exatamente como funciona este processo e como este quadro e outras peças de artes são feitos com inteligência artificial em um artigo recente (clique aqui para ler).


E agora? Com o sucesso, podemos esperar cada vez mais quadros do tipo sendo leiloados pelo mundo. Não faltam iniciativas como esta da Obvious. Porém, resta saber se o alto valor do lance se deu por conta da estética da peça ou se o fato de ter sido o pioneiro teve grande contribuição. Se tivesse que opinar, ficaria com a segunda opção, apesar de ter achado o trabalho bem feito.



Estudo mostra que mineração espacial pode ser menos danosa ao meio ambiente


O que é? Pesquisadores da Université Paris-Saclay, na França, publicaram o primeiro estudo que tenta medir o impacto ambiental de se minerar asteroides em busca de platina e água, e concluíram de que seria muito menos danoso ao meio ambiente do que as operações feitas na Terra. No caso da platina – um metal raro no planeta, mas em abundância no espaço -, eles calcularam as emissões de gases do efeito estufa no lançamento de foguetes e no retorno dos mesmos. A conclusão foi que minerar 1 kg de platina em asteroides gera cerca de 150 kg de CO2 na atmosfera. Já a mesma quantidade nas minas tradicionais tem impacto muito maior: 40.000 kg de CO2. Isso acontece porque usa-se muita energia para minerar este metal. Em relação à água, a comparação foi entre tira-la de asteroides ou envia-la para o espaço por meio de foguetes, ambos com objetivo de abastecer missões na órbita da Lua. Como a quantidade de água que pode ser levada em um foguete é pequena, muitos lançamentos teriam que ser feitos para equiparar a água disponível minerada já no espaço, o que, logicamente, faria com que a emissão de gases fosse muito maior.


Por que é importante? A mineração espacial, apesar de parecer assunto de filmes de ficção científica, está cada vez mais próxima da realidade, muito em função da queda nos custos de missões espaciais. A empresa americana Planetary Resources, por exemplo, tem investidores de peso, como Larry Page (co-fundador do Google) e Richard Branson (fundador e CEO do Virgin Group), além de ter recebido aporte milionário do governo de Luxemburgo. Jeff Bezos, CEO da Amazon e homem mais rico do mundo, é outro entusiasta. Em entrevista recente, ele afirmou que, no futuro, toda a indústria pesada será feita fora da Terra, deixando o planeta “respirar”. O assunto virou até curso em universidade. A Colorado School of Mines lançou este ano programas de pós-graduação, mestrado e doutorado em mineração espacial. Escrevi um artigo bem detalhado sobre as perspectivas para o desenvolvimento desta tecnologia aqui no Renova Inova, caso você queira se aprofundar. (“Futuro Pós-Emergente: Você já ouviu falar em mineração espacial?”)


E agora? A pesquisa foi apenas a primeira realizada do tipo e muitas questões ainda precisam ser estudadas sobre o assunto. Por exemplo, se as mineradoras tradicionais passarem a utilizar energia limpa em suas operações, naturalmente suas emissões irão diminuir. Além do mais, não foram contemplados no cálculo os gases emitidos pelo controle das missões espaciais aqui na Terra e pela construção das plataformas de lançamento de foguetes, por exemplo. Mas não deixa de ser mais um passo para que consigamos entender melhor as possibilidades que a mineração espacial oferece.




Enquanto nos preocupamos com as fake news, chegaram os deepfakes


Esta semana, João Dória, candidato ao governo do estado de São Paulo, teve um suposto vídeo íntimo vazado  nas redes sociais. Uma perícia independente encomendada por um veículo de mídia chegou à conclusão de que o material foi forjado. O rosto de Dória teria sido colocado sobre o corpo de outra pessoa. Em junho, o Renova Inova fez um artigo falando sobre os deepfakes, os vídeos manipulados por tecnologia, que a cada dia estão mais realistas. Saiba mais!


FOTO DA SEMANA

A  maior ponte do mundo sobre o mar foi inaugurada esta semana na China. Ela tem 55km de extensão e liga as cidades de Zhuhai, no continente, a Macau, maior hub de entretenimento e jogos do mundo, e Hong Kong, coração financeiro da Ásia. O objetivo do governo chinês é criar a chamada Greater Bay Area, uma região de inovação e comércio capaz de rivalizar com o Silicon Valley, na Califórnia. A obra custou mais de US$20 bilhões e demorou nove anos para ser concluída. A Greater Bay Area terá uma população de cerca de 67 milhões de pessoas e um PIB estimado em US$1 trilhão.



ISTO É INCRÍVEL!

Estes pequenos drones, que cabem na palma da mão, são capazes de levantar objetos até 40 vezes mais pesados do que eles. Nesta imagem, vocês podem ver dois deles abrindo uma porta. Os drones foram criados por pesquisadores da Universidade de Stanford. No futuro, o objetivo é que eles sejam usados para operações de busca e resgate em locais de risco.

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