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“Pílula inteligente” é aprovada em primeiro teste com humanos

O que é? A Rani Therapeutics, uma empresa californiana, anunciou que completou com sucesso os primeiros testes com humanos da RaniPill, uma pílula inteligente capaz de aplicar medicamentos diretamente na parede do intestino. Seu funcionamento é um tanto quanto complexo: o objeto tem um revestimento especial, que o protege da acidez do suco gástrico no estômago. Quando chega ao intestino, o pH aumenta a ponto de dissolver o revestimento, dando origem a um balão esvaziado composto por um polímero biocompatível. Uma vez no ambiente intestinal, uma micropinça feita de açúcar posicionada dentro do balão se dissolve, fazendo com que duas substâncias químicas posicionadas em cada lado dela se misturem; esta mistura produz dióxido de carbono, que infla o balão. Quando isto acontece, a pressão do balão inflável empurra uma microagulha contendo o medicamento escolhido para a parede do intestino, injetando-o. Como o órgão não possui receptores de dor aguda, esta microinjeção não é sentida pelo paciente. Como a parede intestinal contém muitos vasos sanguíneos, a droga é rapidamente absorvida pela corpo. A microagulha, por sua vez, se dissolve. No total, 20 pessoas participaram do estudo, sendo 10 que fizeram refeições antes de ingerir a RaniPill e 10 que estavam em jejum. Após ingeri-las, os participantes foram liberados para andar e se comportar de forma normal, mas, a cada 30 minutos, tinham que parar para realizar um Raio-X para rastrear o progresso da pílula. Os relatos foram de que a mesma é fácil de ser engolida e que o fato de comer antes não atrapalhou seu funcionamento, apenas aumentou o tempo de passagem pelo estômago. Já os restos do balão foram expelidos entre um e quatro dias após a ingestão. Antes destes testes com humanos, foram mais de 100 realizados em animais.


Por que é importante? A RaniPill tem potencial para ajudar milhões de pessoas com certas enfermidades, que precisam tomar injeções periódicas para controla-las. Indivíduos com diabetes do tipo 1 – e que não possuem uma bomba de infusão de insulina implantada – tomam, em média, entre 700 e mil injeções de insulina no abdômen por ano. Pacientes com acromegalia, um distúrbio hormonal, precisam tomar uma dolorosa injeção nos glúteos uma vez por mês. Aqueles com esclerose múltipla tomam cerca de três injeções por semana de interferon beta, um medicamento que ajuda a diminuir os sintomas da doença. E isso para só ficar em três exemplos. Eliminar estas injeções e substituí-las por pílulas certamente traria um grande alívio para estas pessoas.


E agora? Este foi apenas o primeiro teste com humanos e não contou com medicamentos nas microagulhas. Porém, o segundo, marcado para este ano, conterá octreotida, fármaco usado no tratamento de acromegalia. A próxima versão da RaniPill terá sensores sem fio acoplados à parte do balão que contém as microagulhas; eles poderão enviar um sinal avisando que a droga foi entregue, tanto para o médico, quanto para o paciente.


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