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Pesquisadores de Viçosa querem criar tomates apimentados

O que é? Pesquisadores da Universidade de Viçosa, em Minas Gerais, querem utilizar ferramentas de engenharia genética para fazer com que tomates possam ser apimentados naturalmente. Isso seria possível graças à Capsaicina, um componente presente em pimentas do gênero Capsicum, como a Chilli, que é o responsável por torna-las “quentes”. Tomates e pimentas Chilli se desenvolveram a partir de um ancestral em comum, mas se separaram entre 10 e 19 milhões de anos atrás. Porém, os tomates ainda possuem os genes que produzem Capsaicina, só que inativos. A ideia dos pesquisadores é usar ferramentas, como o CRISPR-Cas9, para reativar estes genes e fazer com que estas novas espécies de tomate cresçam apimentadas. Esta não é a primeira vez que a engenharia genética é estudada como forma de alterar características de frutas e vegetais. Já houve pesquisas para se mudar cor de kiwi e sabor de morangos, por exemplo.


Por que é importante? Você pode pensar que esta iniciativa é inútil, algo relacionado apenas ao paladar, mas não. Segundo os pesquisadores, a Capsaicina é um componente valioso, pois é utilizado também em alguns analgésicos e na produção de sprays de pimenta. Porém, cultivar pimentas chilli é muito complicado, pois demanda bastante trabalho e a quantidade do componente varia entre os frutos da especiaria. Já o tomate não só tem uma colheita que rende muito mais e a produção mais barata, como também é muito mais estudado – inclusive em experimentos de alteração genética. Desta forma, seria muito mais fácil de se obter a Capsaicina.


E agora? Os pesquisadores ainda não apresentaram o tomate apimentado, mas estão trabalhando em cima dele e pretendem ter resultados até o final do ano. Porém, o caminho até que a nova espécie seja produzida e colocada no mercado é longo, pois há uma polêmica bem grande em relação à modificação genética de alimentos. O próprio uso de CRISPR-Cas9 é muito recente e suas consequências precisam ser melhores estudadas. Há o receio de que a ferramenta altere não só genes indicados, como outros que não estavam nos planos.


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