O que é? Uma iniciativa de pesquisadores de Harvard pretende ampliar o conhecimento de membros do Congresso dos EUA sobre inteligência artificial. O objetivo é fazer com que estes políticos estejam preparados para discutir as regulações no desenvolvimento e aplicações de soluções em IA no país. Para isso, eles vão publicar 30 papers com especialistas renomados de campos como computação, economia, filosofia e outros, com foco em explicar melhor como funciona e as possibilidades da tecnologia, como também os aspectos éticos envolvidos na implementação da mesma. Os primeiros textos serão sobre o impacto econômico de se usar algoritmos enviesados; quando e como utilizar inteligência artificial sem exacerbar a injustiça existente no mundo; e as consequências de um marketing super personalizado. Em fevereiro será organizado um bootcamp (um programa de ensino imersivo) com membros do Congresso e seus staffs para que os papers sejam colocados em discussão.
Por que é importante? A inteligência artificial é, talvez, a tecnologia com maior potencial de transformação na sociedade. Seu impacto será amplo nas mais diversas áreas, tanto para o bem quanto para o mal. Como a aplicação de IA ainda está em fase inicial, o momento de se entender suas possibilidades e consequências é agora, para que se apliquem as regulações necessárias. Os assuntos nevrálgicos variam da automação de empregos, passando por sistemas de vigilância (como reconhecimento facial de cidadãos, por exemplo) até armas autônomas. Os recentes escândalos de privacidade de grandes empresas tecnológicas também mostraram que os reguladores precisam estar por dentro do que está acontecendo.
E agora? A iniciativa de Harvard é excelente e deveria ser seguida aqui no Brasil também. A maioria dos nossos políticos (e, por conseguinte, boa parte da população) não tem a menor ideia da grande revolução tecnológica pela qual estamos passando e de que forma ela irá impactar a sociedade. Deixa-los a par da situação atual e do que o futuro nos reserva é fundamental para que o Brasil não fique, mais uma vez, para trás.
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