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Novo dispositivo filtra células cancerosas no sangue

Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos EUA, desenvolveram um dispositivo que consegue capturar e remover células cancerosas circulando pela corrente sanguínea. Quando o sangue extraído de uma veia é bombeado pelo aparelho, o mesmo retém as células de tumor e bombeia de volta o sangue “limpo” para o corpo. O protótipo desenvolvido foi testado em cães com câncer e os resultados do experimento publicados na revista Nature Communications. Ele funciona assim: o sangue é filtrado no dispositivo por meio de nanofolhas de óxido de grafeno contendo anticorpos que se ligam à superfície das células cancerosas. O sistema ainda aplica de forma contínua Heparina, um medicamento para impedir a coagulação do sangue enquanto estiver no aparelho. Finalmente, o sangue, já sem as células cancerosas, é bombeado de volta ao corpo. O dispositivo contém uma fonte de energia própria e um microcontrolador que se comunica sem fio.

Segundo os pesquisadores, existem mais de 100 equipamentos que prometem capturar ou monitorar células de tumores na corrente sanguínea, mas nenhum deles consegue filtrar grandes volumes de sangue. Além do mais, o único aparelho aprovado pela FDA (agência reguladora americana) para realizar este tipo de atividade tem as medidas de um fogão. O protótipo desenvolvido em Michigan, por sua vez, tem o tamanho de um maço de cigarro e dá conta de uma quantidade bem maior do fluido. Nos testes com cachorros, o dispositivo conseguiu filtrar cerca de 1% a 2% de todo o sangue dos animais em apenas duas horas. Também foi possível capturar 3,5 vezes mais células cancerosas por milímetro de sangue do que em extrações individuais.


O aparelho pode salvar vidas no futuro. O câncer se espalha quando células de tumores primários se desprendem e viajam pela corrente sanguínea e pelo sistema linfático. A maior parte das células de tumor (chamadas de CTC, em inglês) morrem ao chegar ao sangue, mas algumas que sobrevivem podem se instalar em outras partes do corpo e formar novos tumores. É dessa maneira, conhecida como metástase, que a doença tem mais chance de matar os portadores. Além de tratar a metástase, o dispositivo pode ainda ajudar no diagnóstico de pacientes, estimando o número de CTCs na corrente sanguínea e ajudando a localizar o tumor.


Porém, antes de se pensar em tratamento de humanos, ainda são necessários mais testes com animais. Testes com humanos devem acontecer em cerca de três anos.


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