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Na China, cidadãos já são reconhecidos pelo formato do corpo e jeito de andar

O que é? Quando o assunto é a vigilância de sua população, a China está na liderança. Esta semana, porém, uma empresa do país foi além: a Watrix revelou seu novo produto, um algoritmo que reconhece pessoas pelo seu jeito de andar e formato do corpo. Ele tem capacidade de identificar cidadãos em até 50 metros de distância, mesmo que estes estejam de costas ou com a face coberta. A declaração de Huang Yongzhen, CEO da startup, sobre o uso de seu sistema é assustadora: “Não é preciso a cooperação das pessoas para que a gente consiga identifica-las”, disse em entrevista à AP News. O software da Watrix extrai a silhueta a partir de imagens de câmeras de segurança, analisa seus movimentos e cria um modelo de como cada indivíduo anda. Este reconhecimento, entretanto, não é feito em tempo real, por conta do alto poder computacional necessário. O algoritmo demora cerca de 10 minutos para analisar uma hora de vídeo. Ele é usado em conjunto com o reconhecimento facial, como uma forma de aumentar a eficácia do sistema.


Por que é importante? A China é um dos países com vigilância mais avançada do mundo, em função da linha dura adotada pelo governo sobre seus cidadãos. Por lá existem diversas startups que desenvolvem softwares de reconhecimento facial de alta performance, que operam em tempo real utilizando câmeras de CCTV das ruas em várias das principais cidades. Há, inclusive, um sistema de crédito social, no qual cada pessoa acumula ou perde pontos de acordo com suas atitudes, como, por exemplo, atravessar ruas fora da faixa. Ter uma pontuação baixa pode significar o impedimento de utilizar serviços públicos, como comprar passagens de trem e obter linhas de crédito. Este controle cada vez maior da população tem preocupado entidades de Direitos Humanos de todo o mundo. A situação na região de Xinjiang, onde há uma grande população muçulmana, é ainda pior. É estimado que cerca de 1 milhão de cidadãos desta religião estejam presos em campos de concentração sob alegações de baixa sustentação jurídica.


E agora? O software da Watrix já está sendo usado em Pequim e Xangai, duas das principais cidades do país, e certamente será empregado em outras regiões. Governantes de Xinjiang, aliás, já manifestaram interesse. A startup captou US$14,5 milhões em investimento no mês passado para aprimorar o produto. Por enquanto ele tem 94% de acurácia em suas identificações.


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