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Mini-cérebros criados em laboratório têm similaridades com os de bebês prematuros

O que é? Cientistas da University of California, em San Diego, desenvolveram mini-cérebros em laboratório que, pela primeira vez, produziram ondas cerebrais como humanos, com padrões elétricos semelhantes aos encontrados em bebês prematuros. Para criar estes organoides, células-tronco foram reprogramadas para formarem tecido do córtex, uma região do cérebro responsável pela cognição e interpretação das informações sensoriais. Após os 10 meses em que os mini-cérebros foram cultivados, uma análise confirmou que os mesmos apresentavam as mesmas coleções de genes de cérebros humanos em desenvolvimento. Além disso, foram realizados eletroencefalogramas (EEG), que descobriram atividade cerebral similar aos de bebês nascidos entre 25 e 39 semanas de gestação. Porém, é importante salientar que estes organoides estão longe de serem considerados cérebros de fato, uma vez que representam apenas o córtex, não possuem todas as células encontradas no próprio córtex e não se conectam com outras regiões existentes em um cérebro real.


Por que é importante? Os resultados do experimento podem ajudar pesquisadores a estudarem melhor o desenvolvimento dos cérebros em seus estágios mais iniciais. Este é um campo ainda pouco explorado, em função da dificuldade de se obter amostras de tecidos de fetos para análise ou de se examinar o feto ainda dentro do útero. O fato dos organoides terem apresentado padrões parecidos com os de bebês prematuros pode permitir que se estude o surgimento de condições como autismo e epilepsia.


E agora? Os cientistas estão cultivando os mini-cérebros por mais tempo, para entender como eles vão continuar a evoluir. A ideia, no futuro, é desenvolver as outras partes de um cérebro também em laboratório e conecta-las ao córtex artificial para saber se o mesmo irá funcionar normalmente. Esses passos além, no entanto, provocam discussões éticas. Será que há o risco destes organoides desenvolverem consciência? Esta é uma pergunta bem complicada de responder, não só pelo longo caminho que a ciência terá que percorrer para chegar em um estágio como esse, mas também porque até a própria definição do que é consciência e a partir de quando ela é formada permanece sem uma conclusão.


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