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Microrganismo que se alimenta de algas marinhas produz plástico biodegradável

O que é? Cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Israel, encontraram uma maneira revolucionária e mais sustentável de se obter plástico biodegradável: um microrganismo, conhecido como Haloferax mediterranei, que se alimenta de algas marinhas, e tem a capacidade de produzir o polímero Polihidroxialcanoato, popularmente conhecido como PHA. Os bioplásticos são feitos a partir de fontes renováveis de biomassa, diferente dos comuns, originados de combustíveis fósseis. O PHA já é utilizado no mercado, especialmente em aplicações médicas, como fios de sutura e válvulas cardíacas, por conta de seu alto custo em comparação com o plástico tradicional. O estudo foi publicado no jornal Bioresource Technology.


Por que é importante? Todo mundo (ou quase) sabe o quanto o plástico é danoso ao meio ambiente. A ONU estima que 90% de toda a poluição nos oceanos vêm deste material, que demora dezenas, às vezes centenas de anos para se decompor. Com isso, este vai se acumulando em verdadeiras “ilhas de sujeira”. Uma delas, conhecida como a Grande Barreira de Lixo, está localizada no Oceano Pacífico e cobre uma área de cerca de 1,6 milhões de km² - foto abaixo. Aos poucos, estes plásticos (embalagens, garrafas, canudos...) se quebram em micro partículas, colocando em risco a vida marinha. Até os humanos são afetados, pois grande parte dos frutos do mar que consomem possuem resquícios de plástico em seu interior. Além disso, por ter origem no petróleo, o processo de decomposição emite gases do efeito estufa, como metano, por exemplo, um dos responsáveis pelas mudanças climáticas. Desta maneira, buscar novas fontes de produção deste material é fundamental para o meio-ambiente. Muitas empresas ao redor do mundo já produzem o PHA, porém em um processo que demanda muito espaço físico e água potável, recursos cada vez mais escassos em algumas partes do mundo. Assim, conseguir criar bioplástico a partir de algas teria muito menos custo financeiro e ambiental. No início de novembro de 2018 noticiamos aqui no Renova Inova que uma startup canadense, chamada Genecis, também desenvolveu uma nova forma de criar PHA, mas utilizando uma bactéria que se alimenta de restos de comida.

E agora? Os cientistas seguem realizando experimentos para conseguir identificar outros microrganismos e algas que possam produzir bioplástico de maneira mais eficiente e com diferentes propriedades. Não há, no entanto, previsão de comercialização do PHA oriundo desta técnica, ao contrário da Genecis, que tem contrato com uma companhia do Canadá para produzir cápsulas de café e material utilizado em impressoras 3D.


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