top of page
  • feliperibbe

Estímulos elétricos na medula espinhal permitem que três pessoas voltem a andar

O que é? Dois artigos publicados nas revistas Nature e Nature Neuroscience mostraram os resultados de um estudo em que eletrodos foram implantados na medula espinhal de três pacientes com paralisia parcial ou total dos membros inferiores, o que permitiu que estes voltassem a andar, com a ajuda de andadores, ao receber estímulos elétricos na região da lesão. O cérebro envia sinais para todo o corpo por meio da medula espinhal, porém, quando há uma lesão na mesma, estes sinais se enfraquecem e a habilidade de movimentar os músculos abaixo dela torna-se complicada ou perde-se completamente. Os eletrodos dão estímulos elétricos que amplificam os sinais e ajudam a restabelecer a conexão entre o sistema nervoso central e os membros inferiores. Um gerador de pulsos elétricos é implantado abaixo da pele na região da barriga dos pacientes e conectado aos eletrodos, permitindo acioná-los em tempo real. Há ainda antenas para ajudar nesta comunicação. Os pacientes do estudo, que não andavam há alguns anos, acionam os estímulos por conta própria por meio de um assistente de voz. Cada um teve os eletrodos implantados em um local diferente, específico para seu tipo de lesão, assim como a intensidade e a periodicidade dos estímulos, que também variam entre eles. O experimento foi tão bem sucedido, que os três participantes conseguiram até, após alguns meses, recuperar certos movimentos por conta própria, sem usar o aparelho.


Por que é importante? Em setembro já havia escrito no Renova Inova sobre dois experimentos parecidos, que também usaram eletrodos implantados na medula espinhal para que pacientes voltassem a andar. Porém, estes precisaram de pelo menos quatro meses de intensa reabilitação. O caso deste novo estudo permitiu que os participantes andassem, com ajuda, em apenas uma semana. Segundo a Organização Mundial de Saúde, entre 250 mil e 500 mil pessoas sofrem lesões na medula espinhal todos os anos. Um tratamento como este pode representar uma esperança para que estas pessoas voltem a ter uma vida mais independente, restabelecendo movimentos perdidos.


E agora? O estudo foi uma prova de conceito e ainda precisa de testes com mais pessoas para que seus resultados sejam mais bem entendidos. Uma coisa é certa: cada paciente reagiu de forma diferente, dependendo de fatores como grau da lesão e capacidade residual de movimentos pós-lesão. A ideia dos pesquisadores agora é fazer experimentos em pessoas que tenham se lesionado recentemente, pois nestes casos o sistema neuromuscular ainda não passou pelo processo de atrofia que acontece quando há paralisia de membros. Assim, os estímulos elétricos podem funcionar ainda melhor.


ASSISTA À REPORTAGEM ABAIXO E VEJA COMO É IMPRESSIONANTE:




Comentários


bottom of page