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Estudo mostra que mineração espacial pode ser menos danosa ao meio ambiente

O que é? Pesquisadores da Université Paris-Saclay, na França, publicaram o primeiro estudo que tenta medir o impacto ambiental de se minerar asteroides em busca de platina e água, e concluíram de que seria muito menos danoso ao meio ambiente do que as operações feitas na Terra. No caso da platina – um metal raro no planeta, mas em abundância no espaço -, eles calcularam as emissões de gases do efeito estufa no lançamento de foguetes e no retorno dos mesmos. A conclusão foi que minerar 1 kg de platina em asteroides gera cerca de 150 kg de CO2 na atmosfera. Já a mesma quantidade nas minas tradicionais tem impacto muito maior: 40.000 kg de CO2. Isso acontece porque usa-se muita energia para minerar este metal. Em relação à água, a comparação foi entre tira-la de asteroides ou envia-la para o espaço por meio de foguetes, ambos com objetivo de abastecer missões na órbita da Lua. Como a quantidade de água que pode ser levada em um foguete é pequena, muitos lançamentos teriam que ser feitos para equiparar a água disponível minerada já no espaço, o que, logicamente, faria com que a emissão de gases fosse muito maior.


Por que é importante? A mineração espacial, apesar de parecer assunto de filmes de ficção científica, está cada vez mais próxima da realidade, muito em função da queda nos custos de missões espaciais. A empresa americana Planetary Resources, por exemplo, tem investidores de peso, como Larry Page (co-fundador do Google) e Richard Branson (fundador e CEO do Virgin Group), além de ter recebido aporte milionário do governo de Luxemburgo. Jeff Bezos, CEO da Amazon e homem mais rico do mundo, é outro entusiasta. Em entrevista recente, ele afirmou que, no futuro, toda a indústria pesada será feita fora da Terra, deixando o planeta “respirar”. O assunto virou até curso em universidade. A Colorado School of Mines lançou este ano programas de pós-graduação, mestrado e doutorado em mineração espacial. Escrevi um artigo bem detalhado sobre as perspectivas para o desenvolvimento desta tecnologia aqui no Renova Inova, caso você queira se aprofundar. (“Futuro Pós-Emergente: Você já ouviu falar em mineração espacial?”)


E agora? A pesquisa foi apenas a primeira realizada do tipo e muitas questões ainda precisam ser estudadas sobre o assunto. Por exemplo, se as mineradoras tradicionais passarem a utilizar energia limpa em suas operações, naturalmente suas emissões irão diminuir. Além do mais, não foram contemplados no cálculo os gases emitidos pelo controle das missões espaciais aqui na Terra e pela construção das plataformas de lançamento de foguetes, por exemplo. Mas não deixa de ser mais um passo para que consigamos entender melhor as possibilidades que a mineração espacial oferece.


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