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Escolas chinesas usam uniforme inteligente para rastrear alunos

O que é? Mais de 10 escolas da província de Guizhou e da região de Guangxi, ambas na China, estão obrigando seus alunos a usar um uniforme inteligente, capaz de monitorar seus movimentos. Os uniformes possuem dois sensores nos ombros, o que não os impedem de serem lavados. A Guizhou Guanyu Technology Co., empresa responsável pela vestimenta, afirma que a mesma suporta até 150°C e 500 lavagens. Ela rastreia o horário que cada estudante entrou e saiu do colégio e, inclusive, toca um alarme se algum deles “matar” aula sem autorização. As informações são enviadas à coordenação da escola, aos professores e aos pais. Os sensores também podem identificar a localização exata dos alunos – apesar da companhia afirmar que isto só é feito dentro das unidades educacionais - e até avisar se os mesmos estão dormindo em sala de aula. Você pode estar pensando: basta dar o uniforme para um colega usar, que seria possível ludibriar o sistema. Porém, as escolas também são equipadas com softwares de reconhecimento facial, que associam o rosto dos alunos aos seus uniformes. Este software, aliás, quando usado em conjunto com outro que reconhece impressão digital do polegar, também permite que os estudantes façam compras na escola (como lanche, por exemplo) sem usar dinheiro ou cartão, tendo os gastos monitorados pelos pais, que podem impor limites por meio de um aplicativo de smartphone. De acordo com o diretor de uma das escolas, Lin Zongwu, a frequências nas aulas aumentou consideravelmente desde que o uniforme foi adotado.


Por que é importante? A China tem o sistema de vigilância mais avançado do mundo, pelo qual consegue controlar sua população em tempo real, usando câmeras de ruas e reconhecimento facial. Softwares mais modernos podem, inclusive, identificar indivíduos pelo jeito de andar e formato do corpo, como já escrevi em um post de novembro passado. Existe até um sistema de crédito social, no qual os cidadãos acumulam ou perdem pontos de acordo com suas atitudes, como atravessar rua fora da faixa ou pagar as contas em dia. Uma pontuação baixa pode significar o impedimento de utilizar serviços públicos, comprar passagens de trem e abrir linhas de crédito, por exemplo. Por conta disso, é natural imaginar que este tipo de controle também chegaria aos colégios. O grande problema não é nem a falta de privacidade dentro da aula, mas a possibilidade de rastrear alunos em horários livres, o que pode até representar um risco para alguns deles, dependendo de quem tiver acesso a estas informações.


E agora? Apesar de ter sido noticiado recentemente, algumas das escolas já usam os uniformes desde 2016. Se ficar provado a efetividade da vestimenta, é provável que o sistema seja expandido para outras regiões. No entanto, há outras iniciativas nesta linha ocorrendo pela China. Um colégio na cidade de Hangzhou instalou câmeras e reconhecimento facial nas salas para monitorar até se os alunos estão prestando a atenção no professor. Meio assustador, não é?


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