top of page
  • feliperibbe

Empresa quer “imprimir” corações no espaço

O que é? A Techshot, uma empresa americana, tem planos ambiciosos para o futuro: usar impressoras 3D especiais – as chamadas bio-impressoras – para imprimir corações no espaço e trazê-los de volta à Terra para serem implantados em pacientes que necessitam de transplante. Atualmente, existem diversas iniciativas ao redor do mundo de pesquisadores buscando formas de se imprimir diferentes tipos de órgãos, inclusive o coração, mas eles esbarram em uma dificuldade. Durante a impressão, esses órgãos precisam ser construídos ao redor de uma estrutura que impeça que eles se desmanchem, como se fosse um andaime em construção civil. Porém, uma vez impressos, retirar esta estrutura é um desafio complicado de ser superado. A Techshot acredita que estar em um ambiente com microgravidade pode ser a solução para o problema. Por isso, desenvolveu uma bio-impressora (a BioFabrication Facility ou BFF) do tamanho de um micro-ondas, que consegue imprimir tecidos cardíacos usando células-tronco dos próprios pacientes que necessitam de transplante. O equipamento será enviado para a Estação Espacial Internacional (EEI) em maio para os primeiros testes.


Por que é importante? Milhares de pessoas no mundo morrem todos os anos aguardando doadores, então este tipo de iniciativa poderia acabar ou pelo menos diminuir o número de pacientes nas listas de espera. Além disso, por serem feitos a partir de células-tronco dos próprios recebedores, não haveria rejeição e, consequentemente, necessidade do paciente de tomar medicamentos imunossupressores. Porém, não são somente órgãos que companhias esperam imprimir no espaço. Existem empresas, como a Space Tango e a Made in Space, com projetos de produção de fibra ótica, nanotubo de carbono e carbeto de silício, por exemplo. A Space Tango, aliás, planeja ter, em meados da próxima década, mini fábricas espaciais, que ficariam de 10 a 30 dias no espaço produzindo e voltariam à Terra com produtos prontos. Já a Made in Space fez história em 2014, ao conseguir imprimir a primeira peça em 3D na EEI. A peça em questão foi parte da própria impressora 3D, mas a prova de que era possível produzir algo no espaço. Há, no entanto, um desafio a ser superado: o alto custo de lançamentos espaciais, apesar de que o mesmo tem diminuído consideravelmente nos últimos anos com o entrada de novos players na indústria espacial.


E agora? O lançamento de maio é apenas o primeiro passo da Techshot. Durante o primeiro ano, o BFF será ajustado e testado para saber se estará funcionando como o planejado, imprimindo tecidos cardíacos. Depois ele retornará à Terra para análise e reenviado à EEI, onde começará a imprimir tecidos mais complexos. A produção de órgãos completos, no entanto, está prevista apenas para 2025 e a aprovação para uso dos mesmos cerca de uma década depois. De fato estamos falando de uma janela de tempo muito grande, mas para tecnologias disruptivas com alto potencial de impacto na sociedade, especialmente quando se trata de saúde, longos caminhos até que o produto final seja lançado são comuns.


Комментарии


bottom of page