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Dispositivo usa luz para melhorar controle da bexiga

O que é? Uma equipe de pesquisadores de várias universidades dos EUA desenvolveu uma nova maneira de se combater a síndrome da bexiga hiperativa, com uma técnica conhecida como optogenética, que usa luzes para controlar células. O experimento foi feito em ratos que sofrem do problema e os resultados publicados na conceituada revista Nature. Funciona assim: primeiro, é injetado nos roedores um vírus inofensivo que estimula as células nervosas da bexiga a produzir uma proteína ativada pela luz, chamada archaerhodopsin 3.0 ou simplesmente Arch. Depois, um sensor com duas lâmpadas de LED verde é implantado em volta do órgão para monitorar os hábitos urinários dos animais, enviando as informações de forma sem fio para um programa de computador. Ao perceber que o rato urinou três vezes em uma hora, o programa faz com que as luzes sejam ligadas, “ativando” as Archs, que, por sua vez, impedem que sejam enviados sinais de que a bexiga está cheia para o cérebro. Dessa maneira, os padrões urinários voltam ao normal.


Por que é importante? Milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem da síndrome da bexiga hiperativa, especialmente mulheres. Aqui no Brasil, estima-se que cerca de 18% da população feminina tenha o problema. Um dos tratamentos existentes envolve um implante que usa corrente elétrica para regular as células nervosas do órgão, porém estas correntes também estimulam outras células – o que pode interferir no funcionamento de outros órgãos -, além de ser desconfortável ficar levando choques contínuos. Há ainda a dependência do uso de bateria. A optogenética, que tradicionalmente é utilizada para manipular células cerebrais em estudos da mente, vem sendo adaptada para “domesticar” células nervosas de outras partes do corpo. Este novo método poderia dar uma melhora significativa na vida dos pacientes.


E agora? Os testes foram realizados em ratos e, claro, há uma grande diferença entre órgãos de roedores e humanos, mas o primeiro passo foi dado. Estudos mais longos são necessários para entender possíveis complicações com o tratamento. Por exemplo, uma reação do sistema imunológico contra as Archs, o que o inviabilizaria. Porém, o sucesso com a optogenética na regulação da bexiga poderia abrir caminho para que o mesmo método seja usado para tratar outros órgãos, como coração e pulmão.


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