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Cientistas testam "bafômetro" para detectar câncer por meio da respiração

O que é? Pesquisadores do Cancer Research UK, em Cambridge, Inglaterra, estão recrutando 1.500 pessoas para um teste que pode revolucionar o diagnóstico de câncer: um respirador – como um bafômetro especial -, desenvolvido pela empresa Owlstone Medical, irá analisar a respiração dos participantes por 10 minutos, coletar dados e tentar identificar diferentes tipos da doença ainda em estágio inicial, em um processo que vem sendo chamado de biópsia respiratória. As células de nosso corpo liberam de forma natural moléculas conhecidas como compostos orgânicos voláteis (COVs); porém, em pacientes com câncer e outras condições, o comportamento das células se modifica e elas passam a produzir moléculas com padrões diferentes. A ideia dos pesquisadores é conseguir identificar estes padrões e associá-los a variados tipos de câncer. Na fase inicial, o projeto vai focar em pessoas com câncer de esôfago e estômago, mas depois será aberto para próstata, rim, bexiga, fígado e pâncreas. Participantes sem a doença também estarão nos testes.


Por que é importante? A cada seis mortes que ocorrem no mundo, uma é em decorrência do câncer. Trata-se da segunda doença que mais mata no planeta, atrás apenas de doenças cardíacas. Um estudo de 2016 aponta que, naquele ano, 8,9 milhões de pessoas morreram por conta da enfermidade. Por isso, é natural que diversos estudos ocorram para tentar, se não curar, ao menos aumentar o tempo e a qualidade de vida dos pacientes. Um dos objetivos é desenvolver novas formas de diagnóstico, pois quanto mais cedo o câncer for identificado, melhores as chances de tratamento e, consequentemente, de cura. Porém, o método de identificação mais comum é a biópsia, um procedimento cirúrgico invasivo que consiste na retirada de parte do tumor para análise. Assim, métodos mais simples - como biópsia líquida ou, neste caso, a respiratória - poderiam ser um grande avanço no combate à doença. A ideia de diagnosticar câncer por meio da respiração, no entanto, não é nova. No início de 2018, pesquisadores do Imperial College de Londres publicaram resultados de um teste com 335 pacientes, no qual conseguiram diferenciar tumores benignos de malignos com 85% de precisão. Na Universidade de Louisville, nos EUA, cientistas também alegaram ter conseguido detectar câncer de pulmão em testes respiratórios.


E agora? Os testes no Cancer Research UK ainda estão em fase inicial, logo podemos esperar resultados apenas em cerca de dois anos. Ainda há um longo caminho até que a biópsia respiratória seja adotada oficialmente (se é que irá algum dia), mas não deixa de ser uma boa notícia para a área de saúde.


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