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Brasileira é a primeira a dar à luz com útero transplantado de doadora morta

O que é? Uma brasileira de 32 anos deu à luz a uma menina saudável em São Paulo. A notícia seria comum, não fosse o fato desta mulher ter recebido, via transplante, seu útero de uma doadora morta, o que faz com que o bebê seja o primeiro da história a nascer nestas condições. Médicos e cientistas do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo, foram os responsáveis pela pesquisa e o procedimento. A brasileira nasceu sem útero, por portar a Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser; a doadora, uma mulher de 45 anos, que tinha três filhos nascidos de parto normal, morreu de hemorragia cerebral. O transplante aconteceu em setembro de 2016 e, sete meses depois, um embrião foi implantado. O bebê nasceu com boa saúde em dezembro de 2017 via cesariana após 36 meses de gestação. O útero foi retirado após o parto, pois, segundo os pesquisadores, o objetivo do estudo era apenas provar que o feito seria possível. O caso foi publicado esta semana no jornal The Lancet.


Por que é importante? Há anos especialistas tentam possibilitar que mulheres que nasceram sem ou perderam o útero por alguma razão consigam gerar seus próprios filhos. O progresso nas pesquisas é recente. Em 2014, na Suécia, nasceu o primeiro bebê de um órgão transplantado, mas o mesmo fora doado por uma pessoa viva. Desde então, foram 11 crianças originadas desta maneira. O caso brasileiro é o primeiro realizado com um útero recebido de uma doadora morta, o que aumenta as possibilidades de mulheres sem o órgão encontrarem doadoras.


E agora? O estudo segue e outras duas mulheres estão aguardando para passar pelo procedimento. Os pesquisadores pretendem investigar o desenvolvimento da gravidez e a ação de medicamentos anti-rejeição de órgãos na mesma. Eles também buscam diminuir o tempo necessário para retirar o útero de doadoras após o falecimento.


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