O que é? A Genecis, uma startup canadense, desenvolveu uma técnica que faz com que bactérias se alimentem de restos de comida e produzam um plástico biodegradável e compostável, conhecido como PHA (Polihidroxialcanoatos). Funciona assim: restos de comida são processados por uma bactéria, tornando-se uma pasta, que, após ser peneirada, vira um líquido fino suficiente para servir de alimento para uma outra bactéria. Esta, uma vez alimentada, armazena plástico em seu interior – como se fosse gordura em humanos – após 24 horas. A empresa, então, retira este material, que é usado para fazer os produtos. A Genecis já tem um acordo assinado com outra companhia do Canadá, que produz cápsulas de café e material usado em impressoras 3D.
Por que é importante? O PHA já é utilizado no mercado, especialmente em aplicações médicas, como válvulas cardíacas e fios de sutura. Porém, como atualmente ele é produzido a partir de cana de açúcar ou milho, é muito caro (cerca de quatro vezes mais do que o plástico produzido do petróleo). Isto inviabiliza o ganho de escala para uso em produtos do dia a dia, como as já citadas cápsulas de café, canudos e garrafas. A Genecis, entretanto, pretende diminuir o custo em cerca de 40% usando os restos de comida. Além disso, a fórmula da startup também ajuda a diminuir a emissão de gases de efeito estufa dos próprios restos, pois estes liberam metano quando se decompõem.
E agora? Atualmente, a Genecis consegue produzir apenas meio quilo de PHA por semana a cada 75 kg de restos de comida. Porém, o objetivo é construir uma fábrica capaz de produzir 70 kg semanais com três toneladas de restos. Ao aumentar sua capacidade de produção, será possível fechar contrato com outras empresas para fornecimento do material. A Genecis não é a única empresa do mundo fazendo PHA a partir de restos. A Mango Materials, da Califórnia, e a AnoxKaldnes, da Suécia, também estão indo por esse caminho, apesar de usar técnicas diferentes.
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